Slides com dados sobre Emprego e Desemprego no Brasil e no mundo
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Texto:
A dependência do proletariado, o exército de reserva, o trabalho das mulheres e das crianças
N. Buckarin e E. Preobrazhenski
Massas cada vez maiores da população se transformam, sob a ordem social capitalista, em operários assalariados. Artesãos arruinados, trabalhadores a domicílio, camponeses, comerciantes, capitalistas médios em falência, em suma, todos os que foram jogados à margem ou encurralados pelo grande capital caem nas fileiras do proletariado. À medida que as riquezas se concentram nas mãos de um punhado de capitalistas, o povo se transforma cada vez mais em escravo assalariado dos primeiros.
Graças à ruína contínua das camadas das classes médias há sempre mais operários do que precisa o capital. Por isso é que o operário está acorrentado ao capital. Ele é obrigado a trabalhar para o capitalista. Se não o quer, há outros para lhe tomarem o lugar.
Mas, essa dependência não se consolida somente pela ruína de novas camadas da população. O domínio do capital sobre a classe operária cresce ainda com o fato de serem atirados continuamente à rua, pelo capital, os operários de que ele já não precisa, constituindo-se, assim, uma reserva de força de trabalho. Como se dá isto? Já vimos que cada fabricante procura reduzir o preço líquido das mercadorias. Para isto, ele introduz, cada vez mais, novas máquinas. Mas, a máquina, em regra geral, substitui o operário, torna inútil uma parte dos operários. Uma nova máquina numa fábrica quer dizer que uma parte dos operários é despedida e fica sem trabalho. Mas, como novas máquinas são introduzidas continuamente num ramo da indústria ou noutro, é claro que no sistema capitalista há sempre, fatalmente, operários sem trabalho. Isto porque o capitalista não se preocupa em dar trabalho a todos os operários, nem, tampouco, em fornecer mercadorias a todos, mas em obter o maior lucro possível. Naturalmente, ele despedirá os operários que já não são capazes de lhe dar o mesmo lucro que antes.
E, efetivamente, nas grandes cidades de todos os países capitalistas, sempre vemos grande número de desocupados. Nelas se acotovelam operários chineses ou japoneses, antigos camponeses arruinados, vindos do fim do mundo para procurar trabalho, antigos lojistas ou pequenos fabricantes; mas, aí encontramos também metalúrgicos, tipógrafos, tecelões, que, havendo durante longo tempo trabalhado nas fábricas, foram delas expulsos pelas novas máquinas. Tomados em conjunto, formam uma reserva de forças de trabalho para o capital, ou, como disse K. Marx, o exército industrial de reserva. A existência desse exército, a permanência da falta de trabalho, permite aos capitalistas aumentar a dependência e a opressão da classe operária. O capital, graças às máquinas, consegue subtrair de uma parte dos operários mais ouro do que antes; quanto aos outros, ficam na rua. Mas, mesmo na rua, eles servem aos capitalistas de chicote para estimular os que trabalham.
O exército industrial de reserva oferece casos de embrutecimento completo, de miséria, de fome, de grande mortalidade, e até mesmo de criminalidade. Aqueles que, durante anos, não puderam encontrar trabalho, tornando-se gradativamente bêbados, vagabundos, mendigos, etc.
Nas grandes cidades: em Londres, Nova lorque, Hamburgo, Berlim, Paris, existem bairros inteiros habitados pelos sem trabalho dessa espécie. O mercado de Chitrov, em Moscou, pode servir de exemplo. Em lugar do proletariado, forma-se uma nova camada desabituada ao trabalho. Essa camada da sociedade capitalista chama-se, em alemão Lumpenproletariel (lumpenproletariado): proletariado maltrapilho.
A introdução das máquinas fez surgir, igualmente, o trabalho das mulheres e das crianças, trabalho mais econômico e, portanto, mais vantajoso para o capitalismo. Antes das máquinas, era necessária certa habilidade manual, algumas vezes, era preciso fazer uma longa aprendizagem. Agora, certas máquinas podem ser manobradas até por crianças, que só têm de levantar o braço ou mover o pé até que se cansem. Eis porque as máquinas difundiram o trabalho das mulheres e das crianças. (...)
Assim, na sociedade capitalista, à medida que se inventam novas máquinas, mais aperfeiçoadas, e se constroem fábricas cada vez maiores e cresce a produtividade, aumentam paralelamente a pressão do capital, a miséria e os sofrimentos do exército industrial de reserva, a dependência da classe operária para com seus exploradores.
Se não existisse a propriedade e se tudo pertencesse a todos, o quadro seria muito diferente. Os homens reduziriam, muito simplesmente, seu dia de trabalho, poupariam suas forças, diminuiriam seu sofrimento, pensariam no repouso. Mas, quando o capitalista introduz as máquinas, só pensa no lucro; não reduz o dia de trabalho, porque perderia com isto. No domínio do capital, a máquina não liberta o homem, torna-o escravo.
Com o desenvolvimento do capitalismo, uma parte cada vez maior do capital é destinada às máquinas, aparelhos, construções de toda a sorte, etc; pelo contrário, uma parte cada vez menor vai para o salário dos operários. (...) E isto significa que a procura da mão-de-obra aumenta menos rapidamente do que o número das pessoas arruinadas, convertidas em proletários. Quanto mais se desenvolve a técnica, sob o capitalismo, mais aumenta a pressão do capital sobre a classe operária, porque se toma cada vez mais difícil encontrar trabalho.